Segundo Temer, para garantir empregos é preciso
mudar a CLT
Em seu
primeiro pronunciamento em cadeia nacional como presidente de fato, Michel
Temer (PMDB) defendeu a reforma da Previdência e mudanças na legislação
trabalhista.
Em
seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional como presidente de fato, Michel
Temer (PMDB) defendeu a reforma da Previdência e mudanças na
legislação trabalhista. Ele afirmou que seu compromisso, no que lhe resta
de tempo no poder, é “resgatar a força da economia e recolocar o Brasil nos
trilhos”.
No vídeo
de cinco minutos, o presidente deixou claro que, para isso, será necessário
adotar medidas impopulares. “Temos que modernizar a legislação trabalhista para
garantir os atuais e gerar novos empregos”, afirmou em um dos trechos da
gravação que foi ao ar por volta das 20h desta quarta-feira (31).
Ele
defendeu também a reforma da Previdência, um de seus principais desafios nos
próximos meses. “Para garantir o pagamento das aposentadorias, teremos que
reformar a previdência social. Sem reforma, em poucos anos o governo não terá
como pagar aos aposentados”, disse.
“Meu
compromisso é o de resgatar a força da nossa economia e recolocar o Brasil nos
trilhos. Sob essa crença, destaco os alicerces de nosso governo: eficiência
administrativa, retomada do crescimento econômico, geração de emprego,
segurança jurídica, ampliação dos programas sociais e a pacificação do país”,
disse.
Veja
íntegra do discurso:
“Boa
noite a todos!
Assumo a
Presidência do Brasil, após decisão democrática e transparente do congresso
nacional. O momento é de esperança e de retomada da confiança no Brasil.
A
incerteza chegou ao fim. É hora de unir o país e colocar os interesses
nacionais acima dos interesses de grupos. Esta é a nossa bandeira.
Tenho
consciência do tamanho e do peso da responsabilidade que carrego nos ombros. E
digo isso porque recebemos o país mergulhado em uma grave crise econômica: são
quase 12 milhões de desempregados e mais de 170 bilhões de déficit nas contas
públicas.
Meu
compromisso é o de resgatar a força da nossa economia e recolocar o Brasil nos
trilhos. Sob essa crença, destaco os alicerces de nosso governo: eficiência
administrativa, retomada do crescimento econômico, geração de emprego,
segurança jurídica, ampliação dos programas sociais e a pacificação do país.
O governo
é como a sua família. Se estiver endividada, precisa diminuir despesas para
pagar as dívidas. Por isso, uma de nossas primeiras providências foi impor
limite para os gastos públicos. Encaminhamos ao congresso uma proposta de
emenda constitucional com teto para as despesas públicas. Nosso lema é gastar
apenas o dinheiro que se arrecada.
Reduzimos o número de ministérios. Demos fim a milhares de cargos de confiança. Estamos diminuindo os gastos do governo.
Reduzimos o número de ministérios. Demos fim a milhares de cargos de confiança. Estamos diminuindo os gastos do governo.
Para
garantir o pagamento das aposentadorias, teremos que reformar a previdência
social. Sem reforma, em poucos anos o governo não terá como pagar aos
aposentados. Nosso objetivo é garantir um sistema de aposentadorias pagas em
dia, sem calotes e sem truques. Um sistema que proteja os idosos, sem punir os
mais jovens.
O caminho
que temos pela frente é desafiador. Conforta nos saber que o pior já passou.
Indicadores da economia sinalizam o resgate da confiança no país.
Nossa
missão é mostrar a empresários e investidores de todo o mundo nossa disposição
para proporcionar bons negócios que vão trazer empregos ao Brasil. Temos que
garantir aos investidores estabilidade política e segurança jurídica.
Temos que
modernizar a legislação trabalhista, para garantir os atuais e gerar novos
empregos. O estado brasileiro precisa ser ágil. Precisa apoiar o trabalhador, o
empreendedor e o produtor rural. Temos de adotar medidas que melhorem a
qualidade dos serviços públicos e agilizem sua estrutura.
Já
ampliamos os programas sociais. Aumentamos o valor do bolsa família. O “Minha
Casa Minha Vida” foi revitalizado. Ainda na área de habitação, dobramos o valor
do financiamento para a classe média. Decidimos concluir mais de mil e
quinhentas obras federais que encontramos inacabadas.
O Brasil
é um país extraordinário. Possuímos recursos naturais em abundância. Um
agronegócio exuberante que não conhece crises.
Trabalhamos
muito. Somos pessoas dispostas a acordar cedo e dormir tarde em busca de nosso
sonho. Temos espírito empreendedor, dos micros empresários aos grandes
industriais.
Agora
mesmo, demos ao mundo uma demonstração de nossa capacidade de fazer bem feito.
Os jogos olímpicos resgataram nossa autoestima diante do mundo. Bilhões de
pessoas, ao redor do planeta, testemunharam e aplaudiram nossa organização e
entusiasmo com o que o Brasil promoveu o maior e mais importante evento
esportivo da terra.
E teremos
daqui a pouco as Paralimpíadas que certamente terão o mesmo sucesso.
Presente
e futuro nos desafiam. Não podemos olhar para frente com os olhos do passado.
Meu único interesse, e que encaro como questão de honra, é entregar ao meu
sucessor um país reconciliado, pacificado e em ritmo de crescimento. Um país
que dá orgulho aos seus cidadãos.
Reitero
meu compromisso de dialogar democraticamente com todos os setores da sociedade
brasileira. Respeitarei também a independência entre os poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Despeço-me
lembrando que ordem e progresso sempre caminham juntos. E com a certeza de que
juntos, vamos fazer um Brasil muito melhor. Podem acreditar:
Quando o
Brasil quer, o Brasil muda.”
Fonte:
Exame
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