Ideias simples podem economizar uma bolada
Recentemente, a mineira Ativas, especializada em tecnologia, conseguiu um feito que deixou toda a diretoria com sorriso no rosto. Apenas entre maio e junho, a empresa economizou R$ 196 mil em despesas de energia elétrica.
 Recentemente, a mineira Ativas, especializada em tecnologia, conseguiu um feito que deixou toda a diretoria com sorriso no rosto. Apenas entre maio e junho, a empresa economizou R$ 196 mil em despesas de energia elétrica.
A Ativas ingressou no Mercado Livre de Energia, que possibilita a compra de excedentes de energia elétrica de outras empresas com valores negociados em acordo bilaterais.
Sem a interferência de órgãos reguladores, os preços podem ser inferiores aos da média de mercado.
A sugestão para a Ativas considerar o Mercado Livre de Energia partiu de um funcionário, que, por livre iniciativa, pesquisou fontes alternativas de eletricidade.
Criar uma cultura colaborativa entre empresa e funcionários é o principio do Programa de Inovação da Ativas, que incentiva funcionários a dar sugestões de melhorias no ambiente de trabalho, redução de custos e novos processos.
“No senso comum corporativo existe a ideia de que o único responsável por solucionar os problemas da empresa é o gestor”, afirma Dodora Resende, gerente de gestão e diretrizes da Ativas. “Nós queríamos derrubar esse conceito e fazer com que cada funcionário se sentisse parte da resolução de desafios.”
Lançado há dois anos, o programa de colaboração e inovação já recebeu 105 sugestões. Destas, 55 foram implementadas.
Dos 275 funcionários da empresa, 96 já apresentaram ao menos uma sugestão. O retorno financeiro soma atuais R$ 600 mil. A previsão é que, até dezembro, os ganhos passem a acumular R$ 2 milhões.
Entre as ideias implementadas está um novo sistema que permite que funcionários compartilhem arquivos numa rede interna da empresa – algo semelhante a um Drop Box corporativo.
A iniciativa se mostrou tão promissora que recentemente se tornou um produto, batizado de Ativas Box,  já comercializado no mercado.

“Funcionário é parte da resolução de problemas”
Outra sugestão consistiu na implantação de uma rede de TV corporativa na sede da empresa.
Os gestores da Ativas estavam pesquisando empresas especializadas nesse tipo de instalação, quando um analista afirmou que tinha conhecimento na área e se prontificou a executá-la.
Hoje, a TV corporativa é a principal ferramenta de comunicação entre empresa e empregados.
Há também sugestões ainda mais rotineiras, como colocar uma garrafa PET dentro do reservatório do vaso sanitário para reduzir o consumo de água – o volume da garrafa faz com que menor quantidade de água seja armazenada no reservatório sem provocar impacto no funcionamento da descarga.
Um funcionário viu a artimanha em um programa de televisão e trouxe para a empresa.
“Em muitos casos, são ideias que os funcionários já conheciam, mas não compartilhavam por não ter um canal que os estimulassem”, afirma Dodora.

RELAÇÃO GANHA-GANHA
Após uma série de workshops e palestras, a Ativas criou um sistema online para que o funcionário passasse a sugerir ideias pela intranet.
Basta preencher os dados e descrever a proposta. Mensalmente, um comitê, formado por coordenadores e gerentes, se reúne para avaliar as recomendações. O funcionário é convidado para dar mais explicações.
O comitê, então, decide se acata ou não a sugestão e pode aprimorá-la. Depois, é desenvolvido um plano de ação, que também estabelece estimativas de resultados.

Funcionários da Ativas: Prêmios em dinheiro e presentes
Sugestões que geram retorno financeiro garantem ao autor um bônus de até 10% sobre o valor da economia proporcionada à empresa.
Para funcionários que apresentam ideias sem impacto monetário mensurável, os prêmios podem ser ingressos de cinema e vale-viagem – os dois com direito a acompanhante.
Em breve, haverá a opção de ingressos para jogos de futebol no Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte.
Os funcionários mais ativos no programa também ganham prêmios e recebem uma honraria simbólica.
A partir de três ideias, o profissional troca o crachá padrão na cor branca por um cinza. A partir de sete sugestões aprovadas, recebe um crachá dourado – símbolo que ainda não foi conquistado por nenhum dos empregados.
Dodora avalia que o maior desafio foi fazer com que funcionários e gestores entendessem que ideias simples, muitas vezes desdenhadas por eles próprios, poderiam ser fonte de projetos maiores de inovação.
“A colaboração é uma tema do momento e precisa ser explorada pelas empresas que desejam inovar”, afirma a executiva.
Fonte: Diário do Comercio 

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